quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Processo cruel da desigualdade 20 de novembro


Via NS Critiba Norte
A população negra (pretos e pardos) no Brasil, tem sofrido um processo cruel de desigualdade social e simbólica nos diversos espaços sociais. Carece de medidas emergenciais de reparação pelos mais de 350 anos de escravismo criminoso e pelas diferenças de tratamento dispensadas a esta população, quando comparada a população branca (IBGE, 2008). Contudo, para além dos indicadores de vulnerabilidade, a população negra tem sofrido ao longo dos anos um perfil de racismo à brasileira que vitimiza os indivíduos a partir da aparência, ou seja, as principais vítimas do preconceito racial e o racismo no Brasil são aqueles que apresentam fenótipos (aparência) negróides.  De acordo com as últimas Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, 49,4% da população brasileira se auto declarou da cor ou raça branca, 7,4% preta, 42,3% parda e 0,8% de outra cor ou raça. A população negra é formada pelos que se reconhecem pretos e pardos. Esta multiplicidade de identidades nem sempre encontra, no âmbito da educação, sua proporcionalidade garantida nas salas de aula de todos os níveis e modalidades. O Brasil conta com mais de 53 milhões de estudantes em seus diversos sistemas, níveis e modalidades de ensino.  Mas o atendimento às populações branca e negra revela desigualdades. De acordo com a Pnad 2006, na educação infantil apenas 13,8% das crianças declaradas como negras estavam matriculadas em creches. O número sobe para 17,6% na população branca. Na pré-escola a desigualdade persiste, embora seja menor, 65,3% das crianças brancas matriculadas, enquanto 60,6% da população infantil negra freqüentava a escola.
Segundo o Censo Escolar de 2007, a distorção idade-série de brancos é de 33,1% na 1ª série do ensino fundamental e de 54,7% na 8ª, enquanto a distorção idade-série de negros é de 52,3% na 1ª série e de 78,7% na 8ª série. Entre os jovens brancos de 16 anos, 70% haviam concluído o ensino fundamental obrigatório. Na população negra dessa faixa etária, apenas 30% alcançaram essa escolaridade. Entre as crianças brancas de 8 e 9 anos na escola, a taxa de analfabetismo é da ordem de 8%. Para essa mesma faixa etária das crianças negras o índice é o dobro.
*Professora Jane Márcia, Especialista em História e Cultura África e Afro Brasileira e Secretária de Gênero e Igualdade Racial do NSCN-APP.

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